O jornalista Bruno Motta e o repórter cinematográfico Alexandre Perassoli foram alvo de atitudes agressivas e de ameaças pelo produtor rural Jorge Meinerz, da Algodoeira Cotton Jorge, na localidade denominada “Campinho”, em Lucas do Rio Verde.
A equipe produzia uma reportagem sobre prevenção e combate a incêndios e, como a atividade algodoeira é de alto risco, pretendia divulgar procedimentos reforçados nessa atividade para evitar esse tipo de ocorrência. Por óbvio, reportagens dessa natureza, têm caráter instrutivo comum e bastante pertinência na estação seca que Mato Grosso atravessa e, desta forma, trata-se de um serviço de utilidade para a população que, num eventual incêndio, sofre com ocorrências dessa natureza, além dos riscos à segurança do trabalho nesses ambientes.
O proprietário da empresa, Jorge Meinerz, recusou a permissão e a equipe saiu do perímetro da propriedade. Quando já se encontrava fora, a dupla de jornalistas foi surpreendida pelo proprietário que chegou exaltado e furioso tentando, além dos insultos, se apropriar da câmera da equipe chegando a tomar, com violência, o aparelho celular funcional do repórter só o restituindo depois de muita insistência. Durante esse procedimento esdrúxulo segurou no colarinho do repórter que, buscando manter o equilíbrio emocional, informou que não seriam exibidas imagens do local, momento em que Jorge, ainda com a mesma fúria i nicial, ameaçou a equipe dizendo que se as imagens fossem exibidas “sobraria para vocês” (em clara alusão à integridade física dos jornalistas) e que, se fosse exibida qualquer imagem os “buscaria em casa” em clara alusão à integridade física dos profissionais de imprensa.
Parte das ameaças e agressão foram registradas pelo repórter cinematográfico que, por medida cautelar, ligou a câmera registrando o incidente.
A equipe, posteriormente, registrou queixa na Delegacia de Polícia.
O Sindicato dos Jornalistas, repudia a agressão e movimenta o seu Departamento Jurídico para acompanhar o inquérito ao tempo em que coloca a Fundação “Vladimir Herzog” à disposição dos profissionais para a responsabilização do senhor Jorge Neimerz e, com isso, tomando providências para tais fatos não se repitam.
E é importante registrar que em 14 de setembro um incêndio já havia consumido 1.100 rolos de algodão, na mesma empresa e o que se buscava era uma reportagem, de caráter educativo e motivacional, para que empreendimentos dessa natureza, em outros locais, procurem evitar, dentro do possível, a ocorrência de incêndios desse tipo e até outros, com o reforço de medidas de prevenção e dos meios adequados de contenção, sempre que as condições climáticas se agravarem e constituírem fatores adversos e de risco mais elevado a esse tipo de atividade.
Cuiabá, 23/09/2022
Itamar Perenha
-Pres. do Sindicato dos Jornalistas-