Levantamento mostra que tarifas impostas unilateralmente pelos Estados Unidos podem afetar empregos, arrecadação e negociações coletivas no Brasil, exigindo medidas urgentes para mitigar os impactos.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) divulgou um boletim especial que projeta os impactos negativos do chamado tarifaço imposto pelos Estados Unidos contra o Brasil. Segundo o estudo, caso nenhuma medida de mitigação fosse adotada, a medida poderia comprometer 726 mil postos de trabalho — entre diretos, indiretos e induzidos — além de gerar perdas bilionárias para a Previdência, o FGTS e para as negociações coletivas no país.
Entre os efeitos econômicos estimados estão a redução de R$ 38,8 bilhões no valor adicionado, queda de R$ 14,3 bilhões na massa salarial e prejuízos de R$ 11 bilhões em impostos. O impacto no PIB poderia chegar a -0,35% em apenas um ano, caso o pior cenário se confirmasse.
O estudo também detalha os setores mais afetados pelas tarifas adicionais, como metalurgia, indústria de alimentos, químicos, vestuário, carnes, frutas, papel e máquinas e equipamentos, com riscos de paralisações, cancelamento de pedidos e perda de competitividade internacional. Além disso, as negociações coletivas de mais de 3 mil empresas exportadoras para os EUA podem ser comprometidas, com reflexos diretos sobre reajustes salariais e condições de trabalho.
O DIEESE destaca ainda que o tarifaço atinge de forma desigual as regiões do país e reforça a necessidade de recursos para mitigar os efeitos sociais e econômicos. Ontem, o governo federal anunciou um plano emergencial para conter parte desses impactos.
O estudo completo está disponível no site do DIEESE: Acesse aqui.


